Você venderia sua startup por milhões antes mesmo de alcançar o status de unicórnio? Essa é a essência do early exit, uma estratégia de saída precoce na qual startups são adquiridas ainda nos seus estágios iniciais de tração ou crescimento. Aqui, o empreendedor opta por uma venda antecipada, em geral com valuations entre R$20 milhões e R$200 milhões. É uma abordagem realista, com menos riscos e ciclos mais rápidos de retorno para fundadores e investidores.

Essa estratégia vem crescendo no Brasil. O mercado de fusões e aquisições no país tem se mostrado altamente receptivo as startups em fase inicial, especialmente no setor da tecnologia. Grandes corporações estão em busca de inovação ágil e enxergam nas startups um atalho para novos mercados, produtos e talentos. Isso cria um ambiente fértil para o early exit, no qual a compra estratégica vale mais que o tempo de esperar a startup escalar sozinha. Somado a isso, o cenário macroeconômico do país favorece esse tipo de transação, com menos risco, mais previsibilidade e liquidez mais rápida.

Para as startups, o early exit traz vantagens concretas: 

  • Retorno financeiro antecipado: permite capturar valor antes dos desafios e riscos associados à escalada orgânica prolongada.
  • Escala com apoio estratégico: a solução criada pode se desenvolver dentro de uma estrutura mais sólida, com mais recursos e estabilidade.
  • Integração com grandes empresas: a startup frequentemente se torna uma unidade estratégica da adquirente, ganhando acesso à tecnologia avançada, canais de distribuição consolidados e estrutura de governança madura.
  • Fortalecimento do ecossistema: fundadores que realizam um early exit retornam ao mercado com mais experiência, atuando como mentores ou investidores-anjo, por exemplo.

O early exit requer planejamento desde o início. Pensar em quem pode ser seu comprador e construir com foco em aquisição, não somente em crescimento isolado, são essenciais para o sucesso. Reforça-se, também, que early exit não é uma forma de desistência, é, na verdade, sinônimo de inteligência estratégica. São empreendedores escolhendo uma rota em que o sucesso pode ser medido em impacto, aprendizado e retornos mais rápidos. 

Para investidores como os do Curitiba Angels, isso significa ciclos mais curtos, portfólios mais dinâmicos e uma nova geração de empreendedores pronta para recomeçar, com muita experiência, conexão, e claro, ambição.

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